sábado, 29 de março de 2014

Livro Selva de Pedra A Fortaleza Noiada de Preto Zezé




O livro trata da questão do crack no Brasil de uma forma que evita a "visão polarizada em que está pautado o debate na sociedade, em que as soluções resumem-se em internamento ou repressão". O autor, presidente nacional da nossa instituição, avaliou ser "preciso ir mais longe, compreender a complexidade deste fenômeno que assola milhares de pessoas, famílias e sociedade, principalmente, os danos sociais relacionados com a ascensão do crack no Brasil". A decisão então, em reunião na Cufa, foi dar espaço ao "usuário, que muitas vezes é retratado apenas como um doente ou um bandido que precisa ser retirado de cena para garantir a beleza da paisagem das cidades e do status quo dominante."

Para o livro, foram entrevistadas mais de 200 pessoas, em 70 comunidades. "Conheci, acompanhei e convivi durante três anos com gente de todo tipo que, por diversos motivos, variando entre a dor e o prazer, do status ao poder, da grana a fama, da fuga ao lazer, passaram a habitar a Selva de Pedra". O material também está em um DVD já lançado com o mesmo título.

"A busca aqui não é afirmar verdades, mas sim construir consensos. Não buscamos descobrir formulas mágicas, mas construir ações práticas, colaborar no cardápio de alternativas necessárias que deve ser tão diverso quanto os efeitos do crack. Na verdade também somos noiados em busca do sonho de uma sociedade, mais humana, justa, diversa e democrática", diz Preto Zezé. A Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) apoiou a publicação do livro.


CHUTANDO O PRECONCEITO

A CUFA-RS lançou no último dia 24/04/2014 a campanha CHUTANDO O PRECONCEITO, que conta com a parceria do jogador de futebol Tinga.
Vítima de ofensas racistas no jogo contra o Real Garcilaso, no último dia 12 de fevereiro, pela Libertadores, o volante Tinga, que recebeu o apoio na luta contra o preconceito, resolveu assumir o papel de embaixador da causa e, em parceria com a CUFA (Central Única das Favelas), do Rio Grande do Sul, lançou a campanha ‘Chutando o Preconceito’.



O primeiro evento ocorreu no dia 24 de março, em Porto Alegre, e contou com a presença do jogador como principal referência. O volante é um dos parceiros da CUFA há mais de dois anos e apadrinha o Torneio Bola Comunitária, que conta com a participação de crianças de comunidades carentes do estado natal do jogador. A ideia surgiu depois dos lamentáveis episódios envolvendo torcedores peruanos, que imitavam sons e gestos de macaco a cada vez que o volante pegava na bola. Depois de toda a repercussão do episódio e o apoio de vários brasileiros nas redes sociais, inclusive de personalidades do esporte e da política, como a presidente Dilma Rousseff e ex-jogadores como Ronaldo e Roberto Carlos, o meio-campista virou um símbolo da luta contra o racismo. Em uma conversa com Manoel Soares, jornalista da RBS e coordenador estadual da CUFA-RS, os dois decidiram realizar o projeto utilizando o esporte e a figura de Tinga para combater o racismo. Segundo Paulo Daniel Santos, um dos coordenadores de pequenos projetos da entidade, a ideia é fazer eventos por todo o estado e, com o tempo, expandir pelo País. ‘O Tinga sempre foi um parceiro da CUFA e amigo pessoal do Manoel Soares. Quando houve aquele ato de racismo a gente se mobilizou. A ideia é de criar um projeto para lidar com a questão do combate ao preconceito. Estamos criando esse movimento com o objetivo de diminuir o preconceito’, disse. ‘O primeiros será aqui no Rio Grande do Sul, mas a nossa ideia é criar espaços de debate para rodar todo o Brasil com essa ideia. Queremos aproveitar do esporte para disseminar esse pensamento e, ao menos neste primeiro evento, teremos a presença do Tinga como principal figura. O atleta tem algumas obrigações com o clube e tentaremos conciliar as agendas para os próximos’, acrescentou. A campanha já ganhou apoio dos companheiros de Tinga. Pelas redes sociais, os jogadores do Cruzeiro já aproveitaram para divulgar a campanha. O meia Marlone, o volante Lucas Silva e o lateral Mayke já postaram o cartaz do movimento em suas respectivas contas no Instagram. O zagueiro Paulão, do Internacional, que até pouco tempo estava no clube celeste com Tinga, também aderiu à causa e ajudou a divulgar na internet. O caso de racismo envolvendo a torcida do Real Garcilaso ainda está sendo estudado pela Conmebol, que prometeu se posicionar ainda nesta semana e proferir uma decisão do julgamento. O clube acusado enviou documentos à Confederação Sul-Americana de futebol na última segunda-feira e aguarda pela sentença. Em sua defesa, alegou que nem mesmo o juiz e o delegado da partida citaram o fato e de que não há controle sobre a torcida por ter jogado em Huancayo. O clube peruano pode ser punido com multa de US$ 3 mil até a exclusão do torneio.
TAMUJUNTO TINGA!
UM SALVE CUFA RS!